terça-feira, 25 de novembro de 2014

FRAGMENTOS

"Ai daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos de barro!" (Isaías 45:9).

Pois eis que o vaso mais valioso de todos os tesouros do Rei se quebrou, e um caco disse: "Sou um indivíduo livre e posso fazer o que eu quiser". E a Palavra do Rei era pregada em toda a Terra, e ela dizia que embora parecessem fragmentos individuais, todos os cacos eram um só Vaso Valioso, e que deveriam amar uns aos outros como se ainda fossem um único Vaso.

E o caco arrogante não conseguia enxergar além do seu raciocínio e além dos seus sentidos materiais, e repetia "Tolice, sou um indivíduo livre e posso fazer o que eu achar justo". E a Palavra do Rei que era pregada em toda a Terra e dizia: "Pode um braço fazer mal a outro braço sem que o corpo sofra, ou a cabeça ser indiferente ao prego que fere o pé? Não sofre todo o corpo junto? Pode o dedo do pé só fazer bem ao seu dedo vizinho, e ser indiferente ao sofrimento do dedo da mão? Não sofrem todos juntos? Ou não é verdade que há fome de pão e justiça na Terra? Pois se há um dedo do pé que não sente o sofrimento do dedo da mão, eu digo que este não faz parte do corpo, é indivíduo estranho e alheio ao sistema nervoso do corpo, e é parte morta que espalha morte: se não for arrancada trará morte a todo o corpo. Pois se a mente não sente o dedo do pé, e ele não puder ser reanimado, é carne morta e prejudicial a todo o corpo"

E eis que em um segundo veio o Rei e recolheu os cacos valiosos, deixando somente aquele que dizia não fazer parte do Vaso. E esse foi varrido para longe com a poeira, e um fragmento de menor valor foi colado no Vaso em seu lugar. E o fragmento colado se tornou tão valioso quanto o antigo fragmento arrogante, e então todos perceberam que o Rei agrega valor a quem quiser, e desvaloriza até a pedra mais preciosa com seu julgamento, pois não é verdade que a água pode ser tornar mais valiosa que o ouro em tempos de seca? E viram que os fragmentos não tinham valor em si, assim como um dedo não tem valor se cortado do corpo, mas o valor deles era fazer parte do Vaso amado do Rei, era o amor do Rei que lhes conferia valor, e seu brilho era o reflexo da Luz do Rei.

Pois está escrito: na escuridão, os cegos e os que enxergam são iguais, mas quando vier a Luz, o cego continuará cego, e o que enxerga verá a Luz.