segunda-feira, 20 de maio de 2013

O PRIMEIRO SONHO

Eis que eu vi o sacrifício do Nosso Senhor, e a minha mulher me perguntou: o que ele pode fazer por ela nesse estado?

E naquele momento eu vi uma menina tão jovem que segurava um bebê, no meio de um deserto, e suas peles eram morenas, e fugiam desesperadamente. E quem via isso temia pela menina e pelo bebê, pois pareciam indefesos diante do perigo que os perseguia.

Mas eis que vi algo que ninguém via, mas que estava ali. Uma imensa legião de cavaleiros, vestidos com armaduras que brilhavam mais que o Sol, refletiam uma Luz a qual não se conhecia a fonte, mas que vinha de todas as direções, de modo que as armaduras se tornavam reluzentes como o Sol, e a noite parecia dia, pois os cavaleiros eram tão numerosos que não podiam ser contados em dezenas nem em centenas de legiões. E usavam armaduras como as dos centuriões romanos, e nos Céus haviam dezenas de milhares anjos. E o inimigo que para mim era invisível, tinha seu medo revelado a mim, pois temia a Luz, embora não soubesse de onde vinha, pois não podia ver o que eu via, mas temia porque a noite havia se transformado em Dia, e não havia sinal do Sol no Céu, e não se podia ver sinal da noite, pois tudo havia se transformado em Luz, como se a fonte de Luz houvesse preenchido tudo que existia naquele lugar. E fiquei maravilhado, e minha esposa ficou admirada, pois vimos que toda essa glória cobria como um cobertor aquela meninazinha e aquele bebê, que pareciam tão indefesos, tal como uma mãe cobre seu filho do frio da noite. E todo aquele poder se movia junto com os passos da menina, aonde quer que ela fosse.

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